CUIDADO COM PRODUTOS SIMILARES

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Fazia compras ontem quando me chamou a atenção um preço absurdamente baixo de leite condensado de uma marca que desconheço. Mas, olhando com mais atenção a embalagem, percebi que o produto, misturado a várias marcas de leite condensado, na verdade é algo chamado “mistura láctea condensada”, feita com soro de leite . Decidi, então, compartilhar este alerta com as leitoras que acompanham o blog. Devemos estar atentas para um fenômeno que vem ocorrendo no mercado: produtos alimentícios com embalagens e preços parecidos têm tido suas fórmulas alteradas e causando confusão, pois algumas consumidoras acabam comprando “gato por lebre”.


Em inglês, esse método é chamado de “shrinkflation”, que seria uma estratégia das marcas para disfarçar os efeitos da inflação.  É preciso atenção, pois o preço e as embalagens na maioria das vezes não difere do tradicional produto. Creme de leite virou creme culinário e o leite condensado uma mistura láctea condensada de soro de leite e leite. E o agravante é que as embalagens são parecidas e ficam no mesmo lugar onde vendem os produtos tradicionais.

Confira seis produtos específicos que você deve prestar mais atenção quando chegar nas prateleiras do mercado.


1. Leite condensado e mistura láctea condensada

Apesar da semelhança entre as embalagens, leite condensado e mistura láctea condensada não são a mesma coisa. Em geral, a mistura láctea é feita com cerca de 50% de soro de leite ou outras substâncias similares . O maior problema nesses casos é que os dois produtos apresentam consistências muito diferentes. Portanto, se você tentar fazer um brigadeiro com a mistura láctea, provavelmente passará por grandes apuros.

2. Leite e bebida láctea

Outro caso muito comum de produtos que se assemelham esteticamente, mas que não são nada parecidos, acontece com o leite e a bebida láctea. Pelo menos metade da composição do segundo item é de restos da fabricação de queijo, de leite ou até mesmo de outras substâncias. Por isso, preste bem atenção para não acabar pagando mais em um produto com qualidade inferior.

3. Leite em pó e composto lácteo

Mais um engano comum acontece no segmento de laticínios. Nesse caso, a confusão gerada entre as embalagens de leite em pó e composto lácteo é bastante grande e completamente normal. Entretanto, esse é mais um caso em que as fórmulas são bem discrepantes. 


Assim como acontece com a bebida láctea, o composto lácteo também utiliza quase 50% de restos da indústria em sua fórmula. Sendo assim, também tem qualidade consideravelmente inferior.


4. Iogurte e bebida láctea fermentada

Para quem olha de fora, os rótulos de iogurte e da bebida láctea fermentada parecem conter o mesmo produto. Porém, essa é mais uma das coisas para você olhar bem de perto nas prateleiras do mercado, para não acabar gastando dinheiro com algo que você não queria.


Enquanto o iogurte é produzido por meio da fermentação de bactérias específicas, sua “réplica” é feita com amido ou leite em pó — entregando uma experiência completamente diferente ao consumidor final.


5. Requeijão e semelhantes


No caso do requeijão, existem dois tipos de concorrente que podem te enganar a primeira vista: a mistura de requeijão com amido e o produto cremoso sabor requeijão. 


No primeiro caso, parte do queijo na receita foi substituído pelo amido, que transforma o produto em um mingau com acréscimo de gordura vegetal. Já o produto cremoso, por outro lado, tem a composição completamente diferente dos demais, leva uma grande mistura de ingredientes em sua fórmula e recebe uma adição de sabor no final para ficar parecido com o requeijão.

6. Creme de leite e creme culinário

Para finalizar a lista, outros dois produtos que se assemelham bastante na aparência, mas se distanciam na fórmula são os chamados creme de leite e creme culinário. Tradicional na cozinha dos brasileiros, o creme de leite é usado para a produção de ganaches, caldas, pudins, molhos e sobremesas. 


O creme culinário (ou gourmet), por outro lado, tem 30% a mais de gordura e recebe mais alguns aditivos em sua fórmula, tornando-se ultraprocessado.

CONCLUINDO – Não há nada de errado em usar um produto similar, desde que a compra seja consciente e voluntária. Em virtude do preço, podemos optar por um produto “inferior”, mas desde que não sejamos induzidas a erro. 

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